Pinturas Rupestres do Cachão da Rapa (Foz-Tua)

O Cachão da Rapa é um dos mais importantes sítios da pintura rupestre pré - histórica portuguesa. As pinturas são conhecidas desde o século XVIII, mas nunca foram objecto de um estudo contextualizado, pelo que se pode considerar bastante lacunar, senão inexistente, qualquer ensaio de cariz científico fundamentado pela análise arqueológica do seu contexto.

Pinturas Rupestres do Cachão da Rapa
O painel de arte foi pela primeira vez difundido por João Pinto de Morais e António de Sousa Pinto, no manuscrito "Memórias de Anciães", e desde essa altura transformou-se num dos mais emblemáticos locais da Arte Pré-Histórica Portuguesa. As pinturas organizam-se na planura lisa e vertical de um painel granítico com mais de 4 metros de altura. Nesta superfície ordena-se uma sequência de motivos esquemáticos com uma predominância de formas geométricas rectangulares e quadrangulares expressas em tons de vermelho ocre e azul-escuro quase negro. A inspiração geometrizante dos autores de tal manifestação, confere ao conjunto artístico uma peculiaridade única na pintura pré-histórica do território português.

São já inumeros os autores que têm incluído nos seus trabalhos referências e estudos sobre as pinturas rupestres do Cachão da Rapa.

Santos Júnior, um dos arqueólogos que mais pormenorizadamente estudou a contextualização arqueológica destas pinturas rupestres, relaciona o local com uma cultura material caracterizada por numerosos fragmentos de cerâmica e outros artefactos cuja descrição e tipologias poderão permitir a sua inclusão num horizonte crono- cultural balizado entre o Calcolítico e a Idade do Bronze.

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